
Eu olho para o céu e meu rosto sorri...
Lembranças de bons tempos surgem em minha mente.
De um outono de dias ensolarados e de uma chuva fininha à noite. De olhar pela janela e se encantar com a beleza dos pássaros, com o azul do céu e com o verde da grama.
De dias que eu sentava na sala e meu pai tocava violão e eu chorava. De tremer quando minha mãe dizia: “em casa a gente conversa...”
Dias que eu e minha irmã tínhamos as brincadeiras mais toscas e sem sentido, mas que nos divertiam e muito. Dos dias que segurei meu irmão no colo...
De sentir o cheiro do pão fresquinho pela manhã e o aroma da maça em meio às frutas.
Lembranças de dias que eu brincava na rua até tarde e não havia perigo, de uma época que era divertido jogar bola e andar de bicicleta.
Dias que eu me deitava na grama, olhava as nuvens e via as mais diversas formas. Dias em que as coisas simples eram valorizadas. Um abraço, um sorriso, um olhar, uma lágrima...
Dia que conheci o meu amor e não dei a devida atenção a ele. O dia que percebi que o amava...
Olhando para tudo isso percebo que cresci e outros valores foram acrescentados, mas continuo a mesma. Sonhadora, às vezes boba e um tanto ingênua, que gosta do pôr do sol, de livros, de dança e música. Que já tentou ser mais firme e indiferente, mas nunca conseguiu ser...
Assim, percebi que saudade não se tira do peito, não acaba, apenas adormece. Dias você nem lembra que tem, outros ela te invade...