domingo, 22 de março de 2009

Existe uma fonte!


Às vezes me sinto só, mesmo rodeada por tantas pessoas, me sinto só...
Sei, tenho amigos, uma família maravilhosa, um esposo lindo e atencioso, um Deus que está sempre ao meu lado, mas há momentos que me sinto assim.
Não pense que estou reclamando, até gosto (as vezes) da solidão. Ela me faz parar, me faz refletir, me faz olhar o que muitas vezes não consigo enxergar.
Há momentos que tenho vontade de chorar, correr, fugir de tudo! Eu sei, eu sei, as vezes eu sou insegura e até infantil, mas o que desejo é o abraço do Pai, ouvir aquela voz mansa que diz “Não se preocupe” e que Ele venha arranque esse sentimento de dentro de mim!
Quando estou só não há máscaras, não há cobranças, posso me despir de tudo que sou e simplesmente ser uma criança que precisa ser protegida.

[suspiro]

E é nessa hora que sinto mais a Sua presença e sinto braços ternos e aconchegantes a me envolver...

Aprendi que nessa caminhada há vales e montanhas, mais que isso, não estou isenta de sofrimentos, dúvidas ou dores, terei sede sim; de consolo, de alegria, de amigos, mas entendi que quando se anda com Cristo há uma fonte a jorrar permanentemente e ela está a minha disposição e quando houver sede e haverá é só ir até ela e estará ali, pronta para saciar minha sede!

[sorriso!]



“Replicou-lhe Jesus: Se conheceras o dom de Deus e quem é o que te pede: dá-me de beber, tu lhe pedirias, e ele te daria água viva... aquele, porém, que beber da água que eu lhe der nunca mais terá sede; pelo contrário, a água que eu lhe der será nele uma fonte a jorrar para a vida eterna.”
João 4:10 e 14

segunda-feira, 9 de março de 2009

Liberdade

Os primeiros raios de sol a fizeram acordar, o calor intenso naquela manhã a fez levantar. Vestiu-se e foi para frente da sua casa.
Ali debaixo daquele alpendre, o vento era quase imperceptível, mas fazia algumas folhas balançarem assim como trazia um leve frescor para aquela manhã tão quente.
Ao redor da sua casa havia apenas um vasto campo, algumas árvores e poucos animais. Ela amava aquele lugar, seu refúgio, seu esconderijo, seu lugar de paz!
Ela gostava de ver a imensidão do céu se unindo ao verde das folhas. Gostava de sentir o cheiro da grama e ver as pequenas gotas de orvalho adornando as pétalas das flores. Perdia o olhar no horizonte, tudo era tão belo e a enchia de paz...
Naquela hora algo a despertou como de um sonho, assustou-se. Era um barulho forte, intenso, não conseguia identificar, quando seus olhos se fixaram nas árvores ao longe e de lá surgiram dois cavalos, fortes, imponentes, correndo pelo imenso campo!
Eles corriam por toda a extensão, cruzavam-se e paravam um diante do outro, como cansados após uma brincadeira.
Seus olhos se perderam naquela cena, a leveza, a liberdade que exalava deles, eram belos e pareciam não se importar com a presença dela, continuavam a correr e brincar pelo campo. Quando de repente, ambos se viraram em sua direção e correram, ela assustada levantou-se e tentou correr para sua casa, mas caiu e colocou os braços sobre o rosto num instinto de proteção. Eles frearam e pararam diante dela, ela devagar tirou os braços e aqueles grandes olhos negros a olhavam, ela sorriu e lentamente se levantou...
Aqueles olhos, por mais assustadores que parecessem emanavam doçura e paz, como também força e segurança. Ela estendeu seu braço tentando tocá-los e ambos receberam o toque.
Logo se viraram e novamente correram pelo campo até que desapareceram por entre as árvores. Ela ficou a pensar em tudo que tinha visto e como um sopro um pensamento surgiu: “assim sou eu, quando optei por seguir-Te, libertou das minhas amarras, dos meus grilhões e me fez livre. Hoje sou livre”!
Fechou os olhos, sorriu e começou a dançar pelo campo, correu, saltou, pulou, até que deitou na grama verde e fofa e com os olhos voltados para o alto aquele pensamento ecoou... Eu sou livre, eu sou livre!